domingo, 13 de setembro de 2015

E se a eleição fosse hoje? Por Faustus "Mestre" Sapienza

Abaixo, mais um texto ficcional de Faustus "Mestre" Sapienza. Desta feita, o ficcionista (pero no mucho) satiriza as pesquisas eleitorais para presidente da República em... 2018! 

Boa leitura:

Se as eleições fossem hoje
Faustus "Mestre" Sapienza 
- Boa tarde, senhora! Meu nome é Paulino Montenegro e estou fazendo uma pesquisa. A senhora poderia responder? É rapidinho. Se as eleições fossem hoje, em qual nome desta lista a senhora votaria para presidente da República? 
- Mas, meu filho, ainda estamos em 2015. A eleição pra presidente é só em 2018. Tá longe pra chuchu...
- Sem dúvida. Por isso é que a pergunta é: "SE. SE as eleições fossem hoje. SE".
- Eu entendi. Só que se as eleições fossem hoje, hoje seria o primeiro domingo de outubro de 2018. E não dá para eu responder agora sobre uma coisa que só vai acontecer daqui a três anos. Sabe como é, muita água ainda pode...
- Passar por debaixo da ponte. Sim, entendo. Mas será que a senhora não poderia usar a imaginação?
- Esse negócio de eleição com imaginação não dá muito certo. Só dava pra usar imaginação quando era cédula de papel. Um irmão meu, já falecido, corintiano fanático, numa eleição nos tempos do papel votou no Dr. Sócrates, no Biro-Biro e acho que no Casagrande. Ele sempre usava a imaginação. Aí com a urna eletrônica num dá mais...
- Interessante. Só que eu preciso saber, senhora, se a eleição fosse hoje, hoje, hoje, em qual desses nomes da minha lista a senhora votaria para presidente. SE A E-LEI-ÇAO FOS-SE HO-JE!
- Se hoje fosse mesmo a eleição, como saber se esses caras aí vão tá vivo...
- Ora, senhora, até nisso a senhora tá pensando?! Por favor...
- Em 2014 teve um que morreu, num teve?
- Tem razão. Pra dizer a verdade, nem tava lembrando disso...
- E tem outra: duvido que esse senador aqui vai sair pra presidente. Os paulistas não vão deixar ele sair de novo. Pode apostar. Duvi-de-o-dó que ele sai... Vai ser um paulista no lugar dele, num sei quem, mas vai ser.
- Vamos fazer o seguinte: os candidatos da minha lista estão vivos e eles são os candidatos escolhidos por seus partidos. Acredite em mim: chegou o dia da eleição e os candidatos são rigorosamente eles. Vamos lá, senhora, eu preciso fechar minha cota: Se as eleições fossem hoje, em qual nome desta lista a senhora votaria para presidente da República?
- Tudo bem, tudo bem. Só me diz uma coisa: a eleição é hoje, os candidatos são esses, certo? Mas quem teve mais tempo de televisão? Quem se saiu melhor nos debates? Quem fez a melhor campanha? De quem a Globo puxou mais o saco e em quem ela deu mais rasteiras? Quais escândalos estouraram na mídia e quais foram jogados pra debaixo do tapete? 
-Obrigado, senhora, desisto. Só uma perguntinha pessoal pra encerrar. Como é que era esse negócio de cédula de papel?